A Terapia Cognitivo Comportamental é uma abordagem psicológica, que defende a ideia de que a atividade cognitiva pode ser monitorada, alterada e modificada. Fundamentada em uma base sólida de evidências científicas, a TCC oferece ferramentas para modificar seus padrões de comportamentos e pensamentos disfuncionais. Ao fazer isso, contribui para a melhora da qualidade de vida emocional e de seus relacionamentos interpessoais.

  1. O que é a Terapia Cognitivo Comportamental?
  2. Qual a origem da Terapia Cognitivo Comportamental?
  3. Como a TCC resolve problemas emocionais?
    1. Crenças regra
    2. Crenças nucleares 
    3. Pensamentos automáticos 
  4. Nossas interpretações e seu impacto em nossas vidas
  5. Como funciona o processo terapêutico na TCC?
    1. Primeiras sessões
    2. Sessões intermediárias
    3. Sessões finais
  6. Quais problemas a Terapia Cognitiva Comportamental é indicada?
    1. Lidando com a ansiedade
    2. Enfrentando a depressão e outros problemas de humor com a TCC
    3. Melhorando a qualidade de vida e o manejo do estresse com a TCC
  7. Benefícios da TCC para o paciente
    1. Desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas
    2. Melhora na autoestima e autoconhecimento
    3. Fortalecimento dos relacionamentos interpessoais
    4. Aumento da resiliência e capacidade de lidar com adversidades
  8. Conclusão

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é uma abordagem amplamente reconhecida e cientificamente embasada, considerada padrão ouro no tratamento de diversos transtornos mentais, incluindo o transtorno de ansiedade social. 

A TCC parte do princípio de que a maneira como interpretamos e percebemos as situações ao nosso redor tem um impacto direto em nossos sentimentos e ações. 

Neste texto, você encontrará todas as principais informações sobre essa linha da psicologia que pode mudar sua perspectiva de vida, proporcionando maior bem estar e autonomia. 

O que é a Terapia Cognitivo Comportamental e como ela pode ajudar você?

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma forma de tratamento psicoterapêutico que une princípios do Behaviorismo radical com teorias cognitivas. Ela é recomendada para pessoas de todas as idades, desde crianças até idosos, independentemente de terem ou não transtornos mentais.

Nas sessões de Terapia Cognitivo-Comportamental, o objetivo é trabalhar na resolução da queixa principal do paciente, que pode ser uma variedade de problemas, desde questões de relacionamento, autoestima, habilidades sociais até diagnósticos e tratamento de transtornos mentais como Transtorno Bipolar, Transtorno de Ansiedade, etc. 

Quando se trata de transtornos, os terapeutas que praticam a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) seguem protocolos estruturados e cientificamente validados. 

Protocolos são conjuntos de procedimentos ou diretrizes, como um guia passo a passo, que é meticulosamente planejado para orientar o tratamento e alcançar a remissão dos sintomas.

Esses protocolos são desenvolvidos com base em pesquisas que demonstram sua eficácia, garantindo que o terapeuta tenha um plano claro e bem definido para cada fase da terapia. 

Dessa forma, além de ser uma abordagem terapêutica estruturada, focada no presente e orientada para soluções, a TCC utiliza o método científico para a produção de ensaios clínicos randomizados e estudos comparativos que demonstram sua eficácia, aplicada individualmente e de maneira combinada com a terapia medicamentosa.

Por exemplo, a meta-análise conduzida por Hofmann, publicada no Journal of Consulting and Clinical Psychology, mostra que a TCC é um tratamento eficaz para vários transtornos, como depressão, ansiedade, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtornos alimentares.

Para resumir, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) destaca-se por sua compatibilidade com outras áreas da medicina e psiquiatria, compartilhando uma linguagem e perspectiva similares. 

Ao adotar uma abordagem psicopatológica ateórica, baseada em manuais de classificação e práticas psiquiátricas, a TCC facilita sua integração com outras disciplinas médicas, promovendo a colaboração entre profissionais de saúde mental e especialistas. 

Isso oferece uma abordagem abrangente e eficaz no tratamento de transtornos mentais e problemas psicológicos. 

Além disso, a terapia capacita o paciente a ganhar autoconsciência e compreensão sobre si e seus desafios. Essas mudanças resultam em um maior bem-estar emocional e uma melhor qualidade de vida para o paciente.

Qual a origem da Terapia Cognitivo Comportamental?

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) foi concebida pelo psiquiatra americano Aaron Beck nos primeiros anos da década de 1960. Inicialmente, Beck pretendia investigar os princípios fundamentais da teoria psicanalítica, que era o modelo terapêutico predominante na época, especialmente no tratamento da depressão.

A premissa central da psicanálise afirmava que a depressão era o resultado da hostilidade voltada para o próprio indivíduo. No entanto, ao interagir com seus pacientes deprimidos, Beck observou que existiam padrões de pensamento disfuncionais e distorcidos  que pareciam desempenhar um papel crucial em seus sintomas. 

Essas observações desafiaram as noções psicanalíticas de Beck e devido a suas insatisfações com os resultados obtidos com o modelo psicológico vigente, desenvolveu sua própria teoria que pudesse reestruturar tais pensamentos rígidos, trazendo maior flexibilidade para essa forma de pensar.

Durante o processo de desenvolvimento de sua teoria, Aaron Beck levantou duas hipóteses relacionadas aos pensamentos:
  1. A primeira hipótese sugere que indivíduos com transtornos mentais têm uma tendência aumentada para distorcer eventos/situações e apresentam rigidez cognitiva, ou seja, resistem a considerar interpretações alternativas sobre seus problemas e sua vida. Beck buscou, a partir dessa hipótese, criar uma teoria que permitisse uma maior flexibilidade cognitiva.
  2. A segunda hipótese postula que as cognições têm primazia sobre as emoções e comportamentos. A TCC entende que a mudança pode ser alcançada por meio da intervenção nos pensamentos e nos comportamentos.

Assim, Beck propôs um “modelo cognitivo da depressão”, sustentando que os pensamentos automáticos negativos desempenhavam um papel central na manutenção do estado depressivo. 

Com o tempo, Beck expandiu sua abordagem para tratar uma variedade de transtornos mentais, como ansiedade, transtorno de pânico e transtorno obsessivo-compulsivo. 

Ele desenvolveu técnicas específicas para identificar e desafiar esses pensamentos distorcidos, como o uso de diários de pensamento e a realização de experimentos comportamentais.

Além de suas contribuições teóricas, Beck foi responsável pela criação de instrumentos de avaliação amplamente utilizados, como o Beck’s Depression Inventory (BDI) e o Beck’s Anxiety Inventory (BAI)

Esses questionários permitem aos profissionais de saúde avaliar tanto os sintomas cognitivos quanto os somáticos associados à depressão e à ansiedade, oferecendo valiosas informações para o diagnóstico e tratamento desses transtornos.

Como a TCC resolve problemas emocionais?

A construção de toda a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é específica para resolver problemas, pois é uma terapia estruturada, focada no presente e que não estabelece uma relação de causalidade entre situações do passado e eventos atuais. 

Ao contrário de algumas outras abordagens psicológicas, que muitas vezes buscam causas profundas nos traumas passados para explicar os sintomas atuais, a TCC enxerga uma correlação entre eventos passados e presentes, mas não necessariamente uma relação causal direta, o que proporciona ao indivíduo maior autonomia para solucionar seus conflitos.

Por ser uma abordagem focada na ação, não apenas na conscientização do paciente, a TCC se estende além do ambiente terapêutico, alcançando a vida cotidiana do indivíduo por meio de planos de ação, por exemplo. 

Isso possibilita a otimização e aceleração do tratamento, reduzindo o sofrimento. Além disso, a TCC é transparente em relação aos seus métodos, compartilhando todas as informações com os pacientes, o que facilita a adesão e aumenta a eficácia do tratamento.

Parte significativa dos problemas emocionais surge da falta de compreensão sobre suas origens. Identificar os padrões de pensamento disfuncionais e promover mudanças nesses padrões são passos essenciais para melhorar o estado emocional do paciente. 

Nesse processo, é fundamental conhecer os três pilares fundamentais nos quais a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) está ancorada: crenças regras, crenças nucleares e pensamentos automáticos.

1 – Crenças regra

Elas funcionam como guias ou regras que estabelecemos para nós mesmos, ditando como devemos agir em determinadas situações. 

Geralmente, essas crenças vêm acompanhadas de estratégias compensatórias, que são comportamentos sistemáticos adotados para lidar com o desconforto causado pela crença central do indivíduo. 

No entanto, essas estratégias compensatórias podem causar prejuízos significativos. Por exemplo, uma crença regra como “se eu sou incompetente, então nem devo tentar estudar ou pedir ajuda” pode levar o indivíduo a adotar uma estratégia de evitação, validando assim sua crença de incompetência.

2 – Crenças nucleares 

Estes são conceitos firmemente arraigados que formamos sobre nós mesmos, os outros e o mundo ao nosso redor. Elas sempre se apresentam como “eu sou…”.

Elas são moldadas desde a infância por nossas experiências e histórias de vida. Por exemplo, alguém pode desenvolver a crença nuclear de que “eu sou incompetente”, o que impacta profundamente a autoestima e a maneira como se relaciona com os outros.

O objetivo principal da TCC não é zerar as crenças negativas, mas alcançar o equilíbrio entre as crenças positivas e negativas, a fim de torná-las realistas.

3 – Pensamentos automáticos 

Os pensamentos automáticos surgem espontaneamente, costumam ser breves, quase imperceptíveis e muitas vezes trazem à mente um conteúdo negativo ou crítico que surgem em resposta a situações específicas. Eles são influenciados por nossas crenças regra e nucleares. 

Por exemplo, diante de um erro, podemos automaticamente pensar “eu sou um fracasso” ou “nunca vou conseguir”. Estes pensamentos automáticos, muitas vezes distorcidos, perpetuam ciclos de emoções negativas e comportamentos inadequados.

Na TCC, trabalhamos para identificar e desafiar esses pensamentos automáticos, modificando nossas crenças nucleares e regras. 

Ao reconhecer e reestruturar (modificar) nossos padrões de pensamento disfuncionais, podemos mudar nossas respostas emocionais e comportamentais, resolvendo então os problemas emocionais e proporcionando saúde mental e qualidade de vida.

Nossas interpretações e seu impacto em nossas vidas

Dentro da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), outro conceito fundamental é o das distorções cognitivas. Essas distorções referem-se a padrões de pensamento irrealistas ou tendenciosos que influenciam nossas interpretações dos eventos e experiência, o que pode nos levar a sentimentos de ansiedade, tristeza, raiva ou frustração.

Algumas das distorções cognitivas mais comuns incluem:

  1. Pensamento tudo ou nada: ver as coisas em extremos, sem meio termo. Por exemplo, “se eu não for perfeito, sou um fracasso total”.
  2. Catastrofização: imaginar o pior cenário possível e acreditar que ele vai se concretizar. Por exemplo, “se eu for mal na prova, vou reprovar na faculdade, nunca vou me formar e serei um fracassado para sempre”.
  3. Leitura mental: achar que sabe o que os outros estão pensando, sem evidências. Por exemplo, “tenho certeza de que meu chefe me odeia e vai me demitir”.
  4. Rotulação: colocar rótulos negativos em si mesmo ou nos outros. Por exemplo, “eu sou um perdedor” ou “ele é um idiota”.

A TCC ensina a identificar essas distorções cognitivas e a questioná-las de forma mais realista.

Ao fazer isso, você poderá reduzir o impacto negativo que elas têm em suas emoções e comportamentos, e desenvolver uma perspectiva mais saudável e adaptativa sobre si mesmo e o mundo ao seu redor.

Como funciona o processo terapêutico na Terapia cognitivo comportamental?

Embora cada processo seja único e adaptado às necessidades individuais de cada paciente, o processo psicoterapêutico da TCC é composto por etapas bem definidas, com início, meio e fim.

Primeiras sessões

A parte mais importante nas primeiras sessões é a construção de um vínculo terapêutico forte e consistente, pois somente assim o paciente confiará no terapeuta e colaborará de maneira eficaz com o tratamento. Enquanto este vínculo é formado, o terapeuta dá início também às demais etapas do processo:

Avaliação Inicial:

Durante esta fase, o terapeuta realiza uma entrevista detalhada com o paciente para entender seus sintomas, história de vida, contexto social e expectativas em relação ao tratamento. A avaliação inicial é crucial para desenvolver uma compreensão abrangente dos problemas do paciente e para orientar o plano de tratamento subsequente.

Formulação do Caso:

Com base na avaliação inicial, o terapeuta formula uma hipótese diagnóstica que descreve os principais problemas do paciente, crenças subjacentes, padrões de pensamento disfuncionais e fatores de manutenção dos sintomas. A formulação do caso é uma etapa fundamental que ajuda o terapeuta a compreender melhor a complexidade dos problemas do paciente e a desenvolver estratégias de intervenção adequadas.

Estabelecimento de Metas Terapêuticas:

Após a formulação do caso, o terapeuta e o paciente colaboram para estabelecer metas terapêuticas específicas e mensuráveis que guiarão o tratamento. Essas metas terapêuticas fornecem uma direção clara para o trabalho terapêutico e ajudam a avaliar o progresso ao longo do tempo.Para definir metas eficazes é preciso que elas sejam:

Sessões intermediárias

As sessões intermediárias referem-se ao maior período do tratamento clínico, onde se concentra as intervenções terapêuticas: o terapeuta utiliza uma variedade de técnicas e estratégias de intervenção para ajudar o paciente a alcançar suas metas terapêuticas. 

Isso pode incluir educação sobre sua forma de ser, reestruturações cognitivas, treinamento em habilidades de resolução de problemas, exposição gradual a situações temidas e desenvolvimento de estratégias de enfrentamento.

As sessões de TCC, assim como todo o tratamento, também segue uma estrutura pré-definida, como um roteiro, a fim de assegurar o alcance das metas estabelecidas. Esta estrutura contempla:

Checagem do humor: No começo da sessão é feita a avaliação do estado emocional do paciente. Além do relato subjetivo, é importante monitorar objetivamente utilizando inventários padronizados ou de forma alternativa escalas mais simples de 0 a 100  para medir  o humor do paciente em relação à tristeza, raiva e ansiedade.  Isso permite uma avaliação rápida do seu estado emocional em relação a essas emoções.

Atualização do problema e da semana; momento na sessão em que o paciente compartilha informações atualizadas sobre o problema que está sendo tratado e relata como foi sua semana desde a última sessão.

Momento livre: Espaço para o paciente falar da semana ou um ponto que ele queira trabalhar naquela sessão.

Psicoeducação: começar ou continuar a psicoeducação no modelo cognitivo, seu transtorno ou dificuldade.

Estruturar um plano de ação: Elaborar junto com o cliente uma tarefa de casa para fixar o que foi aprendido na sessão, pode ser refletir sobre algo especifico na terapia, preencher algum formulário, escrever suas emoções durante a semana etc, leituras especificas etc.

Resumo e feedback: Ao final de cada sessão, o paciente resume o que foi discutido e ambos trocam feedbacks, fortalecendo o tratamento.

Sessões finais

Nesta última etapa, o objetivo principal é motivar o paciente a manter seu compromisso com o tratamento de forma ativa, destacando os progressos alcançados até o momento. É feito um balanço do avanço do tratamento e/ou remissão dos sintomas e iniciada a discussão sobre estratégias de prevenção de recaídas.

Os objetivos das sessões finais incluem incentivar o paciente a continuar com as atividades que têm sido eficazes, reforçar os ganhos alcançados e a psicoeducação fornecida ao longo do tratamento, antecipar possíveis desafios futuros, avaliar o progresso realizado até o momento e iniciar o processo de prevenção de recaídas (que são estratégias interventivas com o intuito de ensinar habilidades necessárias para prevenir o sofrimento com o retorno dos sintomas e tornar o paciente seu proprio terapeuta).

Além disso, é um momento oportuno para explorar as emoções e os pensamentos relacionados ao término da terapia, preparando o paciente para essa transição.

O processo de alta terapêutica, ocorre uma transição gradual das sessões, passando de encontros semanais para quinzenais, mensais, trimestrais, e assim por diante. 

Esse processo é realizado de forma progressiva, com o objetivo de “desmamar” o paciente da terapia, permitindo que ele gradualmente se adapte à vida sem a necessidade de suporte terapêutico frequente. 

Essa abordagem gradual oferece ao paciente a oportunidade de praticar as habilidades aprendidas na terapia e desenvolver autonomia em lidar com seus desafios emocionais e comportamentais. 

Ao longo desse processo, o terapeuta continua a monitorar o progresso do paciente e fornecer apoio conforme necessário, garantindo uma transição suave e bem-sucedida para a conclusão do tratamento.

Quais problemas a Terapia Cognitiva Comportamental é indicada?

Embora a TCC seja associada ao tratamento de transtornos mentais, ela também pode ser útil para pessoas que não têm diagnósticos específicos de transtornos. Ou seja, é indicada para pessoas com transtornos, medos, fobias, ou para quem tem um objetivo a ser alcançado e precisa de estratégias para chegar lá. 

Para diagnosticos com transtornos mentais, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é reconhecida como o tratamento de primeira linha, sendo considerada o “padrão-ouro” para uma variedade de transtornos, incluindo:

Sua forma de tratamento segue um protocolo estruturado, pautado nas melhores evidências disponíveis cientificamente para guiar e assegurar a remissão dos sintomas

Para aqueles que não possuem um diagnóstico de transtorno mental, a TCC é indicada para auxiliar e tratar as queixas específicas estabelecidas pelo paciente. O tratamento não segue um protocolo estruturado, é mais flexível e personalizada

Lidando com a ansiedade

A ansiedade é uma resposta natural do nosso corpo a situações de estresse ou ameaça percebida. 

No entanto, quando a ansiedade se torna excessiva, persistente e desproporcional à situação, ela pode se tornar um transtorno que interfere significativamente na qualidade de vida.

A TCC é um tratamento de primeira linha para a maioria dos transtornos de ansiedade, incluindo:

Na TCC, você aprenderá tudo sobre o transtorno, formas de identificar e modificar os pensamentos e crenças que estão alimentando sua ansiedade, e a desenvolver estratégias de enfrentamento mais saudáveis e adaptativas. 

Também utilizamos técnicas como a exposição gradual, a reestruturação cognitiva e o relaxamento para ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade e melhorar a qualidade de vida.

Enfrentando a depressão e outros problemas de humor com a TCC

A depressão é um dos transtornos mentais mais comuns e incapacitantes, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. 

É um transtorno complexo e se apresenta de várias formas, nós temos alguns tipos de depressão classificadas no manual diagnóstico de transtornos mentais (DSM), como:

Muitas depressões não terão tristeza, não terão melancolia, terão falta de interesse e prazer nas atividades, a pessoa pode ficar apática, paralisada ou continuar trabalhando e saindo normalmente, só que com um sofrimento interno, sem ser tão perceptivo. 

Outras pessoas vão apenas ficar apáticas, comendo muito, dormindo muito, lenitificados,  com o humor reativo (rir e se sentir bem em situações que trazem prazer). E estes podem passar longos períodos sem entender que estão deprimidos e sem realizar o devido tratamento.

Na terapia, você fará o tratamento adequado e através da psicoeducação (aprendizado da doença), aprenderá a identificar e reestruturar os pensamentos negativos e distorcidos oriundos do transtorno, bem como estratégias comportamentais visando a remissão dos sintomas.  

Desenvolvendo assim habilidades para lidar com os problemas de forma mais saudável e assertiva.

Além da depressão, a TCC também pode ser útil para outros problemas de humor, como o Transtorno Bipolar e a Distimia (depressão crônica de menor intensidade). 

Melhorando a qualidade de vida e o manejo do estresse com a TCC

Além dos transtornos mentais específicos, a TCC também pode ser útil para pessoas que estão enfrentando problemas mais amplos. Como estresse, conflitos interpessoais, transições de carreira, baixa autoestima, insegurança e frustrações.

Na terapia, você irá explorar as causas por trás do seu estresse e descobrir o que está mantendo esse ciclo prejudicial. Você aprenderá habilidades para manejar o estresse de forma mais eficaz, como técnicas de relaxamento, gerenciamento do tempo, resolução de problemas e comunicação assertiva. 

Você também trabalhará na identificação e modificação de padrões de pensamento e comportamento que podem estar contribuindo para seu estresse e insatisfação com a vida.

Benefícios da Terapia cognitivo comportamental para o paciente

Durante o processo terapêutico, você adquirirá habilidades e ferramentas que poderá utilizar em várias áreas da sua vida, mesmo após o término da terapia. Afinal, o objetivo da TCC é capacitar o paciente a se tornar seu próprio terapeuta. Permitindo que aplique os ensinamentos e as ferramentas adquiridas ao longo do tempo para enfrentar problemas e dificuldades futuras.

Alguns dos principais benefícios da TCC para o paciente incluem:

Desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas

Durante a terapia, você aprenderá a abordar os desafios da vida de forma mais estruturada e eficaz, seguindo passos como:

  1. Identificar e definir claramente o problema
  2. Gerar possíveis soluções
  3. Avaliar as vantagens e desvantagens de cada solução
  4. Escolher a melhor solução e colocá-la em prática
  5. Avaliar os resultados e fazer ajustes, se necessário

Ou seja, ao praticar essa habilidade regularmente, você se tornará mais confiante e competente na resolução de problemas. O que pode ter um impacto positivo em diversas áreas da sua vida, como trabalho, estudos e relacionamentos.

Melhora na autoestima e autoconhecimento

Você será encorajado durante a terapia a explorar seus pensamentos, emoções e comportamentos de forma mais profunda, objetiva e racional

Isso pode ajudar a identificar padrões negativos ou distorcidos de pensamento que estão contribuindo para seus problemas emocionais.

Ao desafiar esses padrões e desenvolver uma perspectiva mais realista e compassiva sobre si, você pode aumentar sua autoestima e autoconfiança. 

Você aprenderá a reconhecer suas qualidades e realizações, e a ser mais gentil e compreensivo consigo diante de falhas ou contratempos.

Além disso, o processo de autoexploração na terapia pode levar a um maior autoconhecimento. 

Você pode descobrir valores, objetivos e aspirações que estavam obscurecidos pelos problemas emocionais, e traçar um caminho mais alinhado com seu verdadeiro eu.

Fortalecimento dos relacionamentos interpessoais

A TCC também pode ter um impacto positivo nos relacionamentos interpessoais. Muitos problemas emocionais, como ansiedade e depressão, podem afetar a forma como nos relacionamos com os outros, levando a conflitos, mal-entendidos e distanciamento.

Na terapia, você aprenderá habilidades de comunicação mais eficazes, como escuta ativa, assertividade e expressão adequada de sentimentos. 

Aumento da resiliência e capacidade de lidar com adversidades

Por fim, a TCC pode ajudar a aumentar sua resiliência e capacidade de lidar com adversidades. Ao longo da terapia, você aprenderá a ver os desafios e contratempos como oportunidades de crescimento e aprendizado, em vez de ameaças ou fracassos.

Essas habilidades podem ajudar a reduzir o impacto emocional de eventos estressantes e a recuperar-se mais rapidamente de reveses.

Conclusão

Ao longo deste texto, exploramos os princípios, técnicas e benefícios da Terapia Cognitivo Comportamental. Como escrito acima, a TCC é uma abordagem amplamente reconhecida e respeitada no campo da saúde mental, com um sólido embasamento científico.

Inúmeros estudos e pesquisas têm comprovado a eficácia da TCC no tratamento de uma variedade de transtornos mentais, desde a depressão e ansiedade até o transtorno obsessivo-compulsivo e o estresse pós-traumático. 

Essa base de evidências é uma das grandes forças da TCC. Uma das razões pelas quais ela é frequentemente recomendada por profissionais de saúde mental.

A ênfase na participação ativa do paciente e no desenvolvimento de habilidades duradouras é outro ponto forte da TCC. 

Ao invés de simplesmente aliviar os sintomas a curto prazo, a TCC busca equipar o paciente com os recursos necessários para lidar com os desafios da vida de forma mais saudável e adaptativa a longo prazo.

Embora a TCC seja uma abordagem poderosa e transformadora, é importante lembrar que a terapia não é uma “cura mágica” e que a mudança requer tempo, esforço e comprometimento. 

Se você está enfrentando problemas emocionais, comportamentais ou de qualidade de vida que estão interferindo em seu bem-estar e funcionamento diário. Não hesite em procurar o apoio de um profissional de saúde mental qualificado. 

Se este artigo despertou seu interesse pela Terapia Cognitivo Comportamental, convido você a explorar comigo os efeitos dessa abordagem fascinante e transformadora

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